14 julho 2010

Capítulo 12 - Sol da Meia Noite

12. Complicações






Bella e eu caminhamos silenciosamente para a aula de biologia. Estava tentando me focar em mim mesmo no momento, na garota ao meu lado, no que era real e sólido, em qualquer coisa que deixasse as visões enganadas e sem significado de Alice fora de minha mente.

Nós passamos por Angela Weber, parada na calçada, discutindo uma tarefa com um garoto da sua classe de trigonometria. Eu examinei seus pensamentos superficialmente, esperando mais desapontamento, apenas para ficar surpreso com seus métodos desejosos.

Ah, então existia algo que Angela queria. Infelizmente, não era uma coisa que poderia ser facilmente embalado. Me senti estranhamente confortado por um momento, ouvindo a falta de esperança nostálgica de Angela. Um sentimento de carinho sobre o qual Angela nunca saberia passou por mim, e eu fui, por um segundo, um só com aquela gentil garota humana.

Era estranhamente confortante saber que eu não era o único a viver uma trágica história de amor. Corações partidos estavam em todos os lugares.

No próximo segundo, eu fiquei abruptamente e perfeitamente irritado. Porque a história de Angela não tinha que ser trágica. Ela era humana e ele era humano, e a diferença que parecia tão insuperável na cabeça dela era ridícula, realmente ridícula comparada à minha situação. Não existia nenhum propósito em seu coração partido. Uma devastadora tristeza, quando não existia nenhuma razão válida para que ela não estivesse com quem queria. Por que ela não tinha o que queria? Por que esta história não deveria ter um final feliz?

Eu queria lhe dar um presente... Bem, eu daria o que ela queria. Com o que eu sabia da natureza humana, isso nem mesmo seria muito difícil. Verifiquei a consciência do garoto ao seu lado, o objeto de sua afeição, e ele não parecia recusar, só estava frustrado pela mesma dificuldade que ela. Sem esperança e resignado, do jeito que ela estava.

Tudo que eu teria de fazer era plantar a sugestão...



O plano se formou facilmente, o roteiro se escreveu sozinho, sem esforço de minha parte. Eu precisaria da ajuda de Emmett - ter sua ajuda nisso era a real dificuldade. A natureza humana era muito mais fácil de ser manipulada do que a natureza vampira.

Eu estava satisfeito com minha solução, com meu presente para Angela. Era uma diversão legal dos meus próprios problemas. Gostaria que os meus fossem solucionados tão facilmente.

Meu humor foi levemente melhorado enquanto Bella e eu sentamos em nossos lugares. Talvez eu devesse ser mais positivo. Talvez existisse alguma solução para nós que estava escapando de mim, da mesma forma que a solução óbvia de Angela era invisível para ela. Provavelmente não.. mas para que perder tempo com falta de esperança? Eu não tinha tempo a perder quando se tratava de Bella. Cada segundo importava.

Sr. Barner entrou puxando uma antiga TV com vídeo cassete. Ele estava pulando para uma seção para a qual não estava particularmente interessado - doenças genéticas - ao mostrar um filme pelos próximos três dias. O óleo de Lorenzo não era uma parte muito animada, mas isso não parou o excitamento na sala. Sem anotações, sem material de teste. Três dias livres. Os humanos alegraram-se.

Isto não importava pra mim, de qualquer jeito. Eu não estive planejando prestar atenção em qualquer coisa, exceto Bella.

Não arrastei minha cadeira para longe da dela hoje, para me dar espaço para respirar. Ao invés disso, sentei próximo a ela como qualquer outro humano normal sentaria. Mais perto do que nos sentamos em meu carro, perto o suficiente para que o lado esquerdo do meu corpo submergisse ao calor de sua pele.

Era uma experiência estranha, agradável e irritante, mas eu preferia isso à sentar longe dela através da mesa. Era mais do que o que estava acostumado, e rapidamente percebi que ainda não era o bastante. Eu não estava satisfeito. Estar próximo assim dela só me fez querer estar mais perto. Quanto mais perto ficava, mais me atraía.

Eu tenho a acusado de ser um ímã de perigo. Nesse momento, sinto como se isso fosse a verdade literal. Eu era perigoso, e a cada polegada em que me permitia ficar mais perto dela, sua atração crescia com força.

E então Sr. Barner apagou as luzes.

Era estranho quanta diferença isso fez, considerando que a falta de luz significa pouco aos meus olhos. Eu ainda podia enxergar tão perfeitamente quanto antes. Cada detalhe da sala estava claro.

Então por que o repentino choque de eletricidade no ar, neste escuro que não era escuro pra mim? Seria porque eu sabia que era o único que podia ver claramente? Que Bella e eu estávamos invisíveis para os outros? Como se estivéssemos sozinhos, apenas nós dois, escondidos na sala escura, sentados tão perto um ao lado do outro...

Minha mão se moveu em direção a dela sem minha permissão. Apenas para tocar sua mão, para segurá-la na escuridão. Isso seria um erro terrível? Se minha pele a incomodasse, ela só teria de afastá-la...

Puxei minha mão de volta com força, cruzando os braços, apertando-os com força em meu peito e mantendo minhas mãos fechadas. Sem erros. Havia me prometido que não cometeria erros, não importa o quão pequenos eles parecessem. Se eu segurasse sua mão, iria somente querer mais - outro toque insignificante, outro movimento próximo a ela. Podia sentir isso. Um novo tipo de desejo crescendo dentro de mim, trabalhando para impedir meu auto-controle.

Sem erros.

Bella cruzou os braços em seu peito seguramente, e suas mãos se fecharam em punho, como as minhas.

O que está pensando? Eu estava morrendo para sussurrar as palavras a ela, mas a sala estava muito quieta para não notar mesmo uma conversa sussurrada.

O filme começou, iluminando um pouco a escuridão. Bella olhou para mim. Ela notou a maneira rígida com que eu mantinha meu corpo - assim como ela - e sorriu. Seus lábios se partiram levemente, e seus olhos pareciam cheios de convites calorosos.

Ou talvez eu estivesse enxergando o que queria ver.



Sorri de volta; sua respiração capturada com uma baixa arfada, e ela olhou para longe rapidamente.

Isso foi pior. Eu não sabia seus pensamentos, mas estava repentinamente positivo de que estava certo antes, e que ela queria que eu a tocasse. Ela sentia este desejo perigoso assim como eu.

Entre o seu corpo e o meu, a eletricidade zumbia.

Ela não se mexeu durante toda a hora, mantendo sua firme e controlada posição enquanto eu mantinha a minha. Ocasionalmente me espiaria de novo, e a eletricidade zumbindo me sacudiria como um choque repentino.

A hora passou - lentamente, e não lentamente o bastante. Isso era tão novo. Eu poderia ter sentado assim com ela por dias, apenas para experimentar o sentimento inteiramente.

Tive uma dúzia de diferentes discussões comigo mesmo enquanto os minutos passaram, racionalmente lutando com o desejo, conforme tentava justificar meu toque nela.

Finalmente, Sr. Barner acendeu as luzes novamente.

Na brilhante luz fluorescente, a atmosfera da sala retornou ao normal. Bella suspirou e se esticou, flexionando os dedos à sua frente. Deve ter sido desconfortável pra ela manter aquela posição por tanto tempo. Era mais fácil para mim - imobilidade vinha naturalmente. Eu ri da expressão aliviada de seu rosto. "Bom, isso foi interessante."

"Humm," ela murmurou, claramente entendendo ao que eu estava me referindo, mas sem fazer comentários. O que eu não daria para ouvir o que ela estava pensando agora.

Eu suspirei. Nenhum monte de desejo iria ajudar com aquilo.

"Vamos?" perguntei, me levantando.

Ela fez uma careta e ficou imóvel, suas mãos se estenderam como se estivesse com medo de cair.

Eu poderia oferecê-la minha mão. Ou poderia colocar a mão embaixo de seu cotovelo - levemente - e firmá-la. Certamente aquilo não deveria ser uma horrível infração...

Sem erros.

Ela estava muito quieta enquanto nós andamos até o ginásio. A ruga era evidente entre seus olhos, um sinal de que estava entregue aos pensamentos. Eu também, estava pensando profundamente.



Um toque em sua pele não a machucaria, meu lado egoísta afirmou.

Eu poderia facilmente moderar a pressão da minha mão. Não era exatamente difícil, contanto que estivesse firmemente controlado. Minha sensibilidade era mais desenvolvida que a dos humanos. Podia fazer malabarismo com uma dúzia de taças de cristal sem quebrar nenhuma delas; podia acariciar uma bolha de sabão sem estourá-la. Contanto que estivesse firmemente controlado...

Bella era como uma bolha de sabão - frágil e efêmera. Temporário.

Por quanto tempo eu seria capaz de justificar minha presença na vida dela? Quanto tempo eu teria? Teria alguma outra chance como esta, como este momento, como este segundo?

Ela não estaria sempre ao alcance dos meus braços...

Bella se virou para me encarar da porta do ginásio, e seus olhos se arregalaram com a expressão em meu rosto. Ela não falou. Eu me olhei pelo reflexo de seus olhos, e vi o conflito se enfurecendo dentro de mim. Observei meu rosto mudar como se o meu melhor lado tivesse perdido a discussão.

Minha mão se levantou sem um comando consciente para fazer isso. Gentilmente, como se ela fosse feita do vidro mais fino, como se fosse frágil como uma bolha, meus dedos acariciaram a pele quente que cobria sua bochecha. Ela esquentou com meu toque, e eu pude sentir o pulso do sangue correr embaixo de sua pele transparente.

Chega, ordenei, mesmo com minha mão ainda traçando seu rosto. Chega.

Era difícil puxar minha mão de volta, parar de me mover para mais perto dela do que já estava. Milhares de possibilidades diferentes passaram em minha mente num instante - milhares de formas de tocá-la. A ponta dos meus dedos traçando o contorno de seus lábios. Minha palma sob seu queixo. Tirar o grampo de seus cabelos, e os deixar derramar em minha mão. Minhas mãos envolvendo sua cintura, mantendo-a contra meu corpo.

Chega.

Me forcei a virar, ir para longe dela. Meu corpo se mexeu com vigor - recusando-se.





Fiquei perdido em pensamentos a observando por trás enquanto caminhava rapidamente para longe, quase fugindo da tentação. Ouvi os pensamentos de Mike Newton - eram os mais altos - enquanto observei Bella passar por ele em esquecimento, seus olhos sem foco e suas bochechas vermelhas. Ele olhou furiosamente, e meu nome foi misturado com maldições em sua mente; Eu não poderia ajudar sorrindo em resposta.

Minha mão estava formigando. Eu a flexionei e a fechei em um punho, mas ela continuou picando sem dor alguma.

Não, eu não havia a machucado - mas tocá-la ainda tinha sido um erro.

Parecia fogo - como se a sede que queima minha garganta tivesse se espalhado por todo o meu corpo.

Da próxima vez que eu eu estivesse perto dela, poderia evitar de tocá-la novamente? E se a tocasse uma vez, conseguiria parar?

Sem mais erros. Era isso. Saboreie a memória, Edward, eu disse a mim mesmo cruelmente, e guarde suas mãos para si. Isso, ou eu teria que me forçar a partir... de alguma forma. Porque eu não me permitiria estar perto dela se insistisse em cometer erros.

Tomei fôlego e tentei firmar meus pensamentos.

Emmett me alcançou fora do prédio de Inglês.

"Hey, Edward." Ele está parecendo melhor. Estranho, mas melhor. Feliz.

"Hey, Em." Eu parecia feliz? Acho que sim, apesar do caos em minha mente. Me sentia daquele jeito.

Dê um jeito de manter sua boca fechada, garoto. Rosalie quer arrancar sua língua.

Eu suspirei. "Desculpe por te deixar lidar com isso. Está com raiva de mim?"

"Nah. Rose vai esquecer. Isso aconteceria de qualquer jeito." Com o que Alice vê que está por vir...

As visões de Alice não era o que eu queria pensar agora. Olhei para frente, meus dentes trincados.

Enquanto procurava por alguma distração, pude ver Ben Cheney entrando na sala de Espanhol a nossa frente. Ah - aqui estava minha chance de dar a Angela Weber seu presente.

Parei de andar, e peguei o braço de Emmett. "Espere um segundo."

O que foi?



"Sei que não mereço isso, mas você me faria um favor, mesmo assim?"

"O que é?", perguntou ele, curioso.

Por baixo de minha respiração - e em uma velocidade que tornaria as palavras incompreensíveis aos humanos, não importa o quão alto falassem - expliquei a ele o que queria.

Ele me encarou inexpressivamente quando terminei, seus pensamentos tão vazios quanto sua expressão.

"E aí?" estimulei. "Vai me ajudar com isso?"

Levou um minuto para ele responder. "Mas, por que?"

"Vamos, Emmett. Por que não?"

Quem diabos é você, e o que fez com meu irmão?

"Não é você que reclama que a escola é sempre a mesma? Isso é algo um pouco diferente, não é? Considere como um experimento - um experimento de natureza humana."

Ele me encarou por outro momento antes de concordar. "Bem, isto é diferente, eu lhe darei isso... Okay, tudo bem." Emmett bufou, e então deu de ombros. "Vou te ajudar."

Sorri pra ele, me sentindo mais entusiasmado com meu plano agora que ele estava junto. Rosalie era chata, mas eu sempre deveria a ela por escolher Emmett; ninguém tinha um irmão melhor que o meu.

Emmett não precisou praticar. Sussurrei suas falas uma vez sob minha respiração conforme caminhávamos para a sala de aula.

Ben já estava em seu lugar atrás do meu, recolhendo seu trabalho de casa para entregar. Emmett e eu nos sentamos e fizemos a mesma coisa. A classe não estava quieta ainda; o murmúrio da conversa subjugada continuaria até a Sra. Goff chamar a atenção. Ela não tinha pressa, analisava os exames da última turma.

"Então," Emmett disse, sua voz mais alta que o necessário - se ele estivesse realmente falando para mim. "Você chamou Angela Weber para sair?"

O som dos papéis atrás de mim deram uma abrupta parada quando Ben congelou, sua atenção repentinamente revertida em nossa conversa.

Angela? Eles estão falando sobre Angela?

Ótimo. Consegui seu interesse.

"Não," eu disse, balançando a cabeça lentamente para parecer arrependido.





"Por que não?" Emmett improvisou. "Você é frangote?"

Sorri para ele. "Não, ouvi dizer que ela estava interessada em outra pessoa."

Edward Cullen ia chamar Angela para sair? Mas...Não. Não gosto disso. Não o quero perto dela. Ele não é... certo para ela. Não é...seguro.

Eu não tinha previso o cavalheirismo, o instinto protetor. Estive planejando causar ciúmes. Mas de quaquer forma, deu certo.

"Vai deixar isso te impedir?" Emmett perguntou zombando, improvisando de novo. "Não está disposto a uma competição?"

O olhei com raiva, mas fiz uso do que ele me deu. "Olha, eu acho que ela realmente gosta desse Ben. Não tentarei convencê-la. Existem outras garotas."

A reação da cadeira atrás de mim foi elétrica.

"Quem?" Emmett perguntou, de volta ao roteiro.

"Minha parceira de laboratório disse que era algum garoto chamado Cheney. Não estou certo se eu sei quem é ele."

Meu sorriso voltou um pouco. Somente os arrogantes Cullens poderiam escapar com o fingimento de não conhecer cada estudante nesta pequena escola.

A cabeça de Ben estava rodando em choque. Eu? Ganhar de Edward Cullen? Mas porque ela gostaria de mim?

"Edward," Emmett murmurou em um tom mais baixo, rolando os olhos pelo garoto. "Ele está bem atrás de você," ele balbuciou, então obviamente o humano poderia facilmente ler as palavras.

"Oh," eu murmurei de volta.

Me virei para espiar o garoto atrás de mim. Por um segundo, os olhos pretos por trás dos óculos estavam assustados, mas então ele endureceu e ajustou seus ombros encolhidos, afrontado pela minha clara avaliação humilhante. Seu queixo se impôs, e uma raiva ruborizada escureceu sua pele marrom dourado.

"Huh," eu disse arrogantemente enquanto me virei de volta para Emmett.

Ele acha que é melhor que eu. Mas Angela não. Vou mostrar a ele...

Perfeito.

"Você não disse que ela estava levando Yorkie para o baile?" Emmett perguntou, bufando enquanto dizia o nome do garoto que muitos evitavam devido ao seu jeito desengonçado.



"Foi uma decisão de grupo, aparentemente." Eu queria garantir que Ben estivesse entendendo. "Angela é tímida. Se B-- bom, se um cara não tiver coragem de chamá-la para sair, ela nunca o chamaria."

"Você gosta de garotas tímidas," Emmett disse, voltando ao improviso. Garotas quietas. Garotas como... hmm, eu não sei. Talvez Bella Swan?

Sorri para ele. "Exatamente." Então voltei à performance. "Talvez Angela se canse de esperar. Talvez eu a chame para o baile."

Não, você não vai. Ben pensou, se endireitando na cadeira. E daí que ela é muito mais alta que eu? Se ela não liga, também não ligarei. Ela é a garota mais legal, mais esperta, mais linda da escola... e ela me quer.

Gostei desse Ben. Ele parecia perspicaz e bem-intencionado. Até mesmo merecedor de uma garota como Angela.

Fiz sinal positivo para Emmett por debaixo da carteira, enquanto a Sra. Goff parou e cumprimentou a sala.

Okay, vou admitir - isso foi um pouco divertido. Emmett pensou.

Sorri para mim mesmo, satisfeito por ter sido capaz de formar um final feliz de uma história de amor. Estava certo de que Ben tomaria atitude, e Angela receberia meu presente anônimo. Minha dívida foi paga.

Como os humanos eram bobos por deixar 15 cm de diferença de altura perturbar sua felicidade.

Meu sucesso me deixou de bom humor. Sorri de novo enquanto me ajeitei na cadeira e me preparei para ficar entretido. Depois de tudo, como Bella disse após o intervalo, eu nunca havia a visto em ação na sua aula de educação física.

Os pensamentos de Mike eram mais fáceis de achar no meio das vozes tagarelando no ginásio. Sua mente tem sido muito familiar nas últimas semanas. Com um suspiro, me resignei para ouvi-lo. Ao menos poderia garantir que ele estaria prestando atenção em Bella.

Eu estava bem a tempo para ouvi-lo se oferecer para ser seu parceiro em badminton. Meu sorriso desapareceu, meus dentes trincaram, e tive que me lembrar que matar Mike Newton não era uma opção permissível.

"Obrigada, Mike... Sabe que não precisa fazer isso."





"Não se preocupe, vou me manter fora de seu alcance."

Eles sorriram um para o outro, e flashes de numerosos acidentes - sempre de alguma forma conectados a Bella - passaram pela cabeça de Mike.

Mike jogou sozinho primeiro, enquanto Bella hesitou na metade de trás da quadra, segurando sua raquete cuidadosamente, como se fosse algum tipo de arma. Então o treinador Clapp caminhou lentamente e ordenou que Mike deixasse Bella jogar.

Oh, oh Mike pensou enquanto Bella se movia adiante com um suspiro, segurando sua raquete em um ângulo estranho.

Jennifer Ford serviu a peteca para Bella com um ar presumido em seus pensamentos. Mike viu Bella balançar em direção a ela, balançando as raquetes para muito longe de seu alvo, e ele correu para tentar salvar o volei.

Observei a trajetória da raquete de Bella com alarme. Sem dúvidas, a raquete bateria de volta em sua própria cabeça, e saltaria para golpear o braço de Mike.

Ai. Ai. Ungh. Isso vai deixar uma contusão.

Bella estava massageando sua testa. Foi difícil ficar no lugar onde eu estava, sabendo que ela estava machucada. Mas o que eu poderia fazer se estivesse lá? E não parecia ser sério... Eu hesitei, assistindo. Se ela pretendesse continuar jogando, eu teria que inventar uma desculpa para tirá-la da aula.

O treinador riu. "Desculpe, Newton." Esta é a garota mais azarada que já vi. Não deveria obrigá-la a ficar com os outros...

Ele se virou deliberadamente e se mexeu para assistir outro jogo, então Bella poderia retornar ao seu papel de espectadora.

Ai, Mike pensou de novo, massageando seu braço. Ele se virou para Bella. "Você está bem?"

"Sim, você está?" ela perguntou envergonhada, corando.

"Acho que ficarei vivo." Não quero soar como um bebê chorão. Mas, cara, isso dói!

Mike balançou seu braço em círculo, retrocedendo.

"Eu estarei bem aqui," Bella disse, com mais constrangimento e desgosto do que dor. Talvez Mike tivesse levado a pior nessa. Certamente eu esperava que esse fosse o caso. Ao menos ela não jogaria mais. Ela segurou sua raquete tão cuidadosamente em suas costas, seus estavam olhos arregalados com remorso... eu tive que disfarçar minha risada enquanto tossia.

O que é engraçado? Emmett queria saber.

"Te conto mais tarde," murmurei.

Bella não se aventurou no jogo de novo. O treinador a ignorou e deixou Mike jogar sozinho.

Eu fiz meu exame rapidamente ao final da hora, e a Sra. Goff me deixou sair mais cedo. Estava escutando Mike intencionalmente conforme caminhava pelo terreno da escola. Ele havia decidido confrontar Bella sobre mim.

Jessia jura que eles estão namorando. Por que? Por que ele tinha que escolhê-la?

Ele não reconhecia o real fenômeno - de que ela havia me escolhido.

"E aí?"

"E aí o quê?" ela respondeu.

"Você e o Cullen, hein?" você e o esquisito. Eu acho, se um cara rico é importante assim para você...

Eu cerrei os dentes com essa suposição degradante.

"Isso não é da sua conta, Mike."

Defensiva. Então é verdade. Merda. "Não gosto disso."

Porque ela não podia que espetáculo de circo ele era? Como todos eles. O modo como ele a encara. Me dá calafrios de olhar. "Ele olha para você como se... como se você fosse uma coisa de comer."

Me contrai, esperando a resposta dela.

Seu rosto ficou vermelho, e seus lábios estavam pressionados como se ela estivesse segurando a respiração. Então, repentinamente um sorriso falso surgiu de seus lábios.

Agora ela está rindo de mim. Ótimo.

Mike se virou, pensamentos mal-humorados, e saiu para se trocar.



Eu me encostei na parede do ginásio e tentei me recompor.

Como ela podia ter rido da acusação de Mike – tão certeira que eu estava começando a me preocupar se Forks estava se tornando ciente demais... por que ela riria da sugestão de que eu poderia matá-la, quando ela sabia que era totalmente verdade? Onde estava a graça nisso?

O que havia de errado com ela?

Será que ela tinha um senso de humor mórbido? Isso não se encaixava com a imagem que eu tinha sobre seu caráter, mas como eu podia ter certeza? Ou talvez minha fantasia do anjo sem nada na cabeça fosse verdadeira em um aspecto, o de que ela não tinha simplesmente nenhum senso de perigo. Corajosa – esta era uma palavra para isso. Outros poderiam dizer estúpida, mas eu sabia o quão esperta ela era. Entretanto, não importando o motivo, esta falta de medo ou senso de humor distorcido não era bom para ela. Será que era esta estranha deficiência que a colocava em perigo tão constantemente? Talvez ela sempre fosse precisar de mim aqui...

Subitamente, meu humor estava nas alturas.

Se eu conseguisse me disciplinar, tornar-me seguro, então talvez seria a coisa certa para mim ficar com ela.

Quando ela saiu pela porta do ginásio, seus ombros estavam enrijecidos e seu lábio inferior estava entre seus dentes de novo – um sinal de ansiedade. Mas assim que seus olhos encontraram-se com os meus, seus ombros tensos relaxaram e um largo sorriso despontou em seu rosto. Era uma expressão estranhamente cheia de paz. Ela caminhou diretamente para o meu lado sem hesitar, parando apenas quando estava tão próxima que o calor de seu corpo atingiu o meu como um tsunami.

“Oi”, ela sussurrou.

A felicidade que eu senti naquele momento era, novamente, sem precedentes.

“Olá”, eu disse, e então – porque com meu humor subitamente tão leve era impossível para mim não provocá-la – eu acrescentei, “Como foi a educação física?”

Seu sorriso hesitou. “Bem”.

Ela era uma péssima mentirosa.



“Verdade?”, perguntei, prestes a pressionar o assunto – eu ainda estava preocupado com sua cabeça; será que ela estava com dor? – mas então os pensamentos de Mike Newton estavam tão altos que quebraram minha concentração.

Eu odeio ele. Queria que ele morresse. Espero que ele caia de um penhasco com aquele carro brilhante. Por que ele não pode simplesmente deixar ela em paz? Procurar alguém da laia dele – um anormal.

“Que foi?”, demandou Bella.

Meus olhos focalizaram novamente o seu rosto. Ela olhou para Mike se afastando, e então de novo para mim.

“Newton está me dando nos nervos”, admiti.

Seu queixo caiu, e seu sorriso desapareceu. Ela devia ter se esquecido que eu havia sido capaz de assistir sua calamitosa última aula, ou esperado que eu não tivesse usado minha capacidade. “Você não estava ouvindo de novo?”

“Como está sua cabeça?”

“Você é inacreditável!”, ela disse entredentes, e então deu as costas para mim e caminhou furiosamente na direção do estacionamento. Sua pele estava vermelho vivo – ela estava envergonhada.

Eu acompanhei seu passo, esperando que sua raiva fosse passar rapidamente. Em geral ela não demorava para me perdoar.

“Foi você quem mencionou que eu nunca havia te visto na educação física”, expliquei. “Me deixou curioso”.

Ela não respondeu; suas sobrancelhas unidas.

Ela parou abruptamente no estacionamento quando percebeu que o caminho até o meu carro estava sendo bloqueada por uma multidão de garotos.

Eu imagino a que velocidade eles chegaram nessa coisa...

Olha esses câmbios SMG. Eu nunca vi um desses fora de uma revista...

Belas saias laterais...

Bem que eu queria ter sessenta mil dólares dando sopa...

Era exatamente por isso que era melhor que Rosalie só usasse seu carro fora da cidade.

Eu circundei a multidão de garotos lascivos até o meu carro; após um segundo de hesitação, Bella me seguiu.

“Ostentação”, eu murmurei enquanto ela entrava.

“Que tipo de carro é esse?”, ela imaginou.

“Um M3”.



Ela franziu a testa. “Eu não falo o idioma da Car and Driver”.

“É uma BMW”. Eu rolei os olhos e então focalizei em dar a ré sem atropelar ninguém. Eu tive que travar os olhos em alguns garotos que não pareciam estar com muita vontade de sair do caminho. Um encontro de meio segundo com meu olhar pareceu ser o bastante para convencê-los.

“Você ainda está brava?”, perguntei-lhe. Sua testa não estava mais franzida.

“Definitivamente”, ela respondeu secamente.

Eu suspirei. Talvez eu não devesse ter tocado no assunto. Oh bem. Eu poderia tentar compensar, eu pensei. “Você vai me perdoar se eu pedir desculpas?”

Ela refletiu por um momento. “Talvez... se você for sincero”, ela decidiu. “E se você prometer nunca mais fazer isso de novo”.

Eu não ia mentir para ela, mas de forma alguma eu iria concordar com aquilo. Talvez se eu lhe oferecesse uma troca diferente.

“Que tal se eu for sincero, e deixar você dirigir no sábado?”. Eu me encolhi por dentro com o pensamento.

Uma ruga brotou entre seus olhos enquanto ela avaliava a nova barganha. “Combinado”, ela disse depois de pensar por um momento.

Agora, quanto ao meu pedido de desculpas... eu nunca havia tentado deslumbrar Bella propositalmente antes, mas agora parecia ser um bom momento. Eu olhei profundamente para dentro de seus olhos enquanto dirigia para longe do colégio, me perguntando se estava fazendo direito. Eu usei meu tom mais persuasivo.

“Então eu sinto muito mesmo por ter te chateado”.

Seu coração batia mais alto do que antes, e o ritmo estava abruptamente marcado. Seus olhos se arregalaram, parecendo um pouco atordoados.

Eu dei um sorriso torto. Parecia que eu tinha feito direito. Claro, eu estava tendo um pouco de dificuldade de desviar meus olhos dos dela, também. Igualmente deslumbrado. Era uma coisa boa que eu havia memorizado esta estrada.

“E eu estarei na sua porta no sábado bem cedo”, acrescentei, terminando o acordo.



Ela piscou rapidamente, balançando a cabeça como se tentasse limpá-la. “Um”, ela disse, “não ajuda muito minha situação com Charlie se um Volvo for inexplicavelmente deixado na calçada”.

Ah, como ela me conhecia pouco. “Eu não estava pretendendo levar meu carro”.

“Como – ”, ela começou a perguntar.

Eu a interrompi. A resposta seria difícil de explicar sem uma demonstração, e agora não era a hora. “Não se preocupe. Eu estarei lá, sem carro”.

Ela inclinou a cabeça para um lado, e parecia por um segundo que ela iria pressionar por mais informações, mas então ela pareceu mudar de idéia.

“Já é mais tarde?”, ela perguntou, recordando-me de nossa conversa inacabada no refeitório hoje; ela abriria mão de uma pergunta apenas para retornar para outra que era menos prazerosa.

“Eu acho que é mais tarde”, eu concordei contra minha vontade.

Eu estacionei em frente a sua casa, ficando tenso enquanto tentava pensar numa maneira de explicar... sem deixar minha natureza monstruosa muito evidente, sem assustá-la de novo.

Ela esperou com a mesma máscara educadamente interessada que havia vestido no almoço. Se eu estivesse menos nervoso, sua calma absurda teria me feito rir.

“E você ainda quer saber por que não pode me assistir caçando?”, perguntei.

“Bem, eu estava mesmo refletindo sobre sua reação”, ela disse.

“Eu te assustei?”, eu perguntei, certo de que ela negaria.

“Não”.

Eu tentei não sorrir, e falhei. “Peço desculpas por ter te assustado”. E então meu sorriso desapareceu junto com o humor momentâneo. “É que apenas o pensamento de tê-la ali... enquanto caçamos”.

“Isso seria ruim?”

A figura mental era demais – Bella, tão vulnerável na escuridão vazia; eu mesmo, fora de controle... tentei bani-la da minha mente. “Extremamente”.

“Porque...?”



Eu respirei fundo, me concentrando por um momento na sede que me queimava. Sentindo-a, controlando-a, provando meu domínio sobre ela. Ela nunca me controlaria novamente – eu torci para que isso fosse verdade. Eu seria seguro para ela. Eu encarei as nuvens bem-vindas sem realmente vê-las, desejando poder acreditar que minha determinação faria alguma diferença se eu estivesse caçando e cruzasse com seu cheiro.

“Quando nós caçamos... nos entregamos a nossos sentidos”, eu lhe disse, pensando em cada palavra antes de pronunciá-la. “Somos menos governados por nossas mentes. Especialmente por nosso olfato. Se você estivesse em algum lugar perto de mim quando eu perdesse o controle dessa forma...”

Eu balancei a cabeça agoniado com o pensamento do que iria – não do que poderia, mas do que iria – certamente acontecer então.

Eu escutei seus batimentos se acelerando e depois acalmando, e então me virei, inquieto, para ler seus olhos.

A expressão de Bella estava composta, seus olhos graves. Sua boca estava crispada suavemente, no que eu pensei que fosse preocupação. Mas preocupação com o quê? Sua própria segurança? Ou minha angústia? Eu continuei a encará-la, tentando traduzir suas expressões ambíguas para fatos.

Ela me olhou de volta. Seus olhos se arregalaram após um instante, e suas pupilas dilataram, apesar da luz não ter mudado.

Minha respiração acelerou, e de repente o silêncio no carro parecia um zunido, exatamente como na aula de Biologia esta tarde. A corrente elétrica circulava entre nós novamente, e meu desejo de tocá-la era, brevemente, mais forte até mesmo que as demandas da minha sede.

A eletricidade pulsante me fez sentir como se eu tivesse uma pulsação de novo. Meu corpo cantava com ela. Eu me senti quase... humano. Mais do que tudo no mundo, eu queria sentir o calor de seus lábios contra os meus. Por um segundo, lutei desesperadamente para encontrar a força, o controle, para ser capaz de colocar minha boca tão próxima de sua pele...





Ela aspirou de forma rasgada, e apenas então eu percebi que, quando eu comecei a respirar mais rápido, ela simplesmente parou de respirar.

Eu fechei meus olhos, tentando quebrar a conexão entre nós.

Sem mais erros.

A existência de Bella era suspensa por milhares de processos químicos delicadamente equilibrados, todos tão facilmente interrompidos. A expansão rítmica de seus pulmões, o fluxo de oxigênio, era vida ou morte para ela. A ondulação rítmica de seu frágil coração poderia ser parada por tantos acidentes estúpidos ou por doenças ou... por mim.

Nenhum membro de minha família hesitaria se a ele ou ela fosse oferecida a chance de retornar – se ele ou ela pudesse trocar a imortalidade por mortalidade de novo. Qualquer um de nós suportaria queimar por isso. Queimar por quantos dias ou séculos fosse necessário.

A maioria dos nossos semelhantes valorizava a imortalidade sobre todas as outras coisas. Havia até mesmo humanos gananciosos por ela, que procuravam em lugares escuros por aqueles que poderiam lhe dar o mais negro dos presentes...

Não nós. Não a minha família. Nós trocaríamos tudo por sermos humanos.

Mas nenhum de nós já havia estado tão desesperado por uma maneira de retornar como eu estava agora. Eu encarei as microscópicas cavidades e falhas no pára-brisas, como se houvesse alguma resposta escondida no vidro. A eletricidade não havia desaparecido, e eu tive que me concentrar para manter minhas mãos no volante.

Minha mão direita começou a formigar sem dor novamente, como quando eu a havia tocado antes.

“Bella, eu acho que você devia entrar agora”.

Ela obedeceu de imediato, sem comentar, saindo do carro e fechando a porta atrás de si. Teria ela sentido o potencial para o desastre tão claramente quanto eu?



Doía para ela ter que partir, como doía para mim deixá-la ir? O único consolo era que eu a veria logo. Mais cedo do que ela veria a mim. Eu sorri com a idéia, e então desci o vidro da janela e me inclinei para falar com ela mais uma vez – era mais seguro agora, com o calor de seu corpo fora do carro.

Ela virou para ver o que eu queria, curiosa.

Ainda curiosa, apesar de ter feito tantas perguntas para mim hoje. Minha própria curiosidade estava completamente insatisfeita; responder suas questões hoje havia apenas revelado a ela meus segredos – eu havia conseguido pouco dela, por meio de minhas próprias conjecturas. Isso não era justo.

“Oh, Bella?”

“Sim?”

“Amanhã é minha vez”.

Sua testa se enrugou. “Sua vez de quê?”

“Fazer as perguntas”. Amanhã, quando estivéssemos num lugar mais seguro, cercados por testemunhas, eu obteria minhas próprias respostas. Eu sorri com o pensamento, e então me virei, porque ela não havia feito menção de partir. Mesmo com ela fora do carro, o eco da eletricidade zunia no ar. Eu queria sair, também, e acompanhá-la até a porta, para ter uma desculpa para ficar ao seu lado...

Sem mais erros. Eu pisei no acelerador, e então suspirei enquanto ela desaparecia atrás de mim. Eu me sentia como se estivesse sempre correndo na direção de Bella ou correndo para fugir dela, nunca ficando no lugar. Eu teria que encontrar alguma maneira de manter meu chão, se nós fossemos algum dia ter um pouco de paz.

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